O ecofeminismo conecta a luta pela igualdade de gêneros com a defesa do meio ambiente e sua preservação, mostrando como os ambos problemas, machismo e degradação ambiental estão fortemente ligadas.
Este termo foi criado nos anos 70, pela feminista francesa Françoise d’Eaubonne, para explicar como a luta pelos direitos das mulheres está relacionada com as reivindicações por um mundo mais sustentável. Essa conexão é a base do ecofeminismo, um movimento que busca o equilíbrio entre o ser humano e a natureza, fomentando a colaboração ao invés da dominação e respeitando todas as formas de vida.
Seguindo seus passos, muitas ativistas começaram a questionar e discutir temas ambientais e de gênero, gerando propostas de como o ecofeminismo poderia enriquecer ambos os movimentos.
Para entrar no assunto, é importante entender que devido a uma combinação de fatores sócio-econômicos, culturais e biológicos, as mulheres são mais afetadas pela devastação do meio ambiente do que os homens. Segundo a ONU, as mulheres representam 80% do total de pessoas que são obrigadas a deixar seus lares e refugiar-se em outros lugares como conseqüência das mudanças climáticas. Isso acontece porque as mulheres têm maior probabilidade de viver em condições de pobreza e menor poder sócio-econômico, alem de cuidar dos seus filhos, muitas vezes em condição de mãe solo, o que por fim faz com que tenham mais dificuldades em se recuperar de situações extremas como desastres naturais.
Apesar das mulheres serem mais afetadas pela degradação do meio ambiente, pesquisas também demonstram que elas exercem função menos agressiva ao meio ambiente e uma presença forte e importante na luta pelo meio ambiente.
Muitas mulheres decidiram tomar as rédeas pela defesa tanto de seus corpos como do ambiente que as rodeia e o ecofeminismo é uma das conseqüências desse empoderamento. Isso porque as ecofeministas enxergam uma raiz em comum entre as causas da destruição do meio ambiente e a degradação da mulher, como o patriarcado capitalista que rege o sistema político, social e econômico a nível global e é o grande responsável pela destruição do planeta, assim como pela falta de direitos e oportunidades por parte das mulheres, ao lutar contra esse sistema poderiam conseguir melhores condições para todos.
No patriarcado convencional existe a tendência de gerar um ambiente de competição contínua. Homem vs mulher, progresso vs natureza, ser humano vs animal, e por aí vai. Esse clima de disputa contribui para a subordinação da natureza e da mulher perante o homem com base na crença do poder do mais forte, ou seja, para que um grupo possa se desenvolver é preciso dominar outros.
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